A estonteante beleza dos Lençóis Maranhenses: como ir e demais dicas

por Joana Algebaile 11.nov.2015

Tenho uma mania quando começo a planejar viagens: páro de ver fotos dos lugares que vou visitar. Claro que isso é meio impossível, mas eu tento. O objetivo é não me acostumar com as paisagens e, quando, finalmente, chegar ao destino, ter todo o impacto de ver um lugar pela primeira vez. No entanto, há lugares que vão pulando na sua frente em revistas, programas de TV e blogs e fica difícil não ter nenhuma impressão sobre eles. Mas, nas minhas andanças, houve três lugares em que, mesmo tendo tido acesso involuntário a muitas imagens, eu tive a sensação de “embasbacamento” ao vê-los com meus próprios olhos: Fernando de Noronha (escrevi esse post aqui pro Viaje Sim!), Macchu Picchu e os Lençóis Maranhenses. Esses três são lugares que eu não consigo descrever em palavras e que sorrio discretamente ao lembrar que estive lá. Ainda consigo sentir a emoção de ver aquelas paisagens IN-CRÍ-VEIS, assim mesmo, com letras maiúsculas e lidas bem devagarzinho. Então, nesse post, vou contar como foi minha experiência nos Lençóis Maranhenses: como ir, onde ficar e mais dicas de lugares legais para comer, por exemplo e espero inspirar mais visitantes a conhecer esse lugar tão especial do nosso país.

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Lençóis Maranhenses: quando ir 

Uma primeira coisa a se pensar quando se decide ir para os Lençóis é a época da viagem. Isso porque a grande atração são as lagoas que, dependendo do mês, podem estar cheias e lindas ou bem vazias e até mesmo secas. O ideal é ir entre maio e agosto, após a época das chuvas, para garantir que as lagoas se apresentarão em todo seu potencial. Mas é bom procurar saber antes como foi a estação chuvosa naquele ano. Em 2012, por exemplo, quase não choveu. Já em 2014, quando fui, choveu tanto, que alguns lugares estavam alagados, dificultando até a locomoção.

Uma escala em São Luis

Já sobre o transporte, eu conto aqui como fazer e já deixo outra dica: aproveite para fazer uma paradinha em São Luis. Nós ficamos apenas um dia e meio, mas deu para ver bastante da cidade e ainda ajudou a dar uma descansada na longa viagem. Vale a pena!

Cheguei a São Luís na hora do almoço, em um vôo direto do Rio. Peguei um táxi (R$ 43) para ir até a Pousada Portas da Amazônia, que fica no Centro Histórico da cidade. A pousada está instalada em um casarão antigo e tem uma decoração super charmosa. Os quartos são simples, mas confortáveis, com cama, armário, ventilador.  Na época em que fui, parte dela estava em obra.

Passeamos pelo Centro Histórico e quando bateu fome tivemos certa dificuldade em achar um lugar para almoçar. Os poucos restaurantes da região pareciam todos muito fraquinhos. Fomos ao centro de turismo e nos indicaram o Cafofo da Tia Dica. O lugar não tem glamour nenhum, mas a comida é maravilhosa e o preço bem honesto. Recomendo!

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Continuamos nosso passeio e conhecemos lugares como Rua Portugal, Casa do Maranhão (mercado de artesanato), Museu de Artes Visuais, Casa das Tulhas, Palácio dos Leões, Matriz da Sé, Teatro Arthur Azevedo (lindo!)… Apesar da sensação de abandono que sentimos pela cidade, dá pra perceber que os maranhenses se esforçam para preservar a cultura local. Muitos desses lugares tinham guias que contavam a história do lugar e davam muita informação. Mas, pelo menos em maio de 2014, a cidade precisava de uma boa revitalização.

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No dia seguinte, de manhã, fomos ao Convento das Mercês, hoje um museu com exposições sobre Casa da Química, História do Porto de Itaqui, além da história do próprio convento. Na época em que estive lá, também estava exposto o acervo da Fundação da Memória Republicana Brasileira, sobre o ex-presidente José Sarney. Esta parte do museu foi desativada no início de 2015, quando a família Sarney deixou de governar o Maranhão.

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Palácio dos Leões, São Luis

Almoçamos no Cabana do Sol, restaurante famosinho de lá e que fica na Avenida Litorânea, bem em frente à praia. Comemos arroz de cuxá e torta de caranguejo, comidas típicas maranhenses. O restaurante é mais caro que os do Centro Histórico, mas a comida é boa e bem servida. De lá fomos passear na Lagoa da Jansen. À noite, jantamos na pizzaria da própria pousada. Choveu muito e ainda bem que tínhamos uma opção tão perto.

É possível conhecer São Luís em um dia. Um outro dia pode servir para um bate e volta em Alcântara. Eu não fui, mas conheci várias pessoas em Barreirinhas que foram e recomendaram muito.

São Luis-Barreirinhas

No terceiro dia, nosso objetivo era sair bem cedo de São Luís para chegar a Barreirinhas – uma cidade que só existe como base para se chegar aos Lençóis -, a tempo de aproveitar bem a tarde. São quatro horas de viagem. Na pousada mesmo contratamos o transfer, que seria feito em microônibus e custou R$ 40 por pessoa. Infelizmente, nosso planejamento foi pelos ares quando a BR que liga as duas cidades foi fechada por manifestantes. Passamos 10 horas parados/engarrafados e chegamos a Barreirinhas já à noite.

Saímos para um reconhecimento da cidade. Jantamos em um restaurante qualquer, no deck à beira do rio e fomos abordados por várias pessoas oferecendo passeios. Começamos a ouvir, perguntar e acabamos conseguindo negociar de irmos, no dia seguinte, para as lagoas Azul e Bonita. Geralmente, as agências oferecem uma lagoa por dia, mas como tínhamos perdido o dia no engarrafamento, precisávamos recuperar o tempo perdido.

Saímos cedo para a Lagoa Azul em uma jardineira, que é um veículo 4X4 adaptado. Havia mais cinco pessoas no carro, umas enfermeiras de Arraial do Cabo engraçadíssimas que animaram muito o passeio. O guia também era ótimo. Dava muita informação sobre vegetação, relevo, os lençóis e muito mais.

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Entrada da Lagoa Azul

Para chegar à Lagoa Azul, levamos cerca de uma hora sacolejando dentro do parque que, incrivelmente, tem muito verde. O acesso à lagoa é por uma duna que você tem que subir e, quando chega lá em cima… Ooooohhhh! Não tem como não ficar impressionado. Em um dia de sol, as lagoas claríssimas, com as dunas refletindo o sol. É quase impossível descrever tamanha beleza. Demos sorte e o complexo de lagoas que circundam a azul, maior e mais bonita, estava bem vazio, só com o nosso grupo.

Almoçamos dentro do parque mesmo, talvez no único restaurante do lugar. Galinha ensopada, arroz, feijão, farofa e salada. Lá nos ofereceram a tiquira, uma aguardente de milho que só com o cheiro já quase me nocauteou.

Seguimos, então, para Lagoa Bonita. De novo… OOOOOhhhh! Lindo, surpreendente!

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Lagoa Bonita

No fim do dia voltamos para o hotel totalmente extasiados com a experiência de conhecer lugares tão marcantes.

Fechamos com a mesma agência o passeio de barco pelo Rio Formiga, que pára em Mandacaru, Vassouras (pequenos lençóis) e Caburé. E, ao invés de retornarmos à Barreirinhas no fim do dia, já usaríamos Caburé como ponto de partida para Atins, uma travessia de 20 minutos de barco.

Atenção para o bar de caipirinhas no “porto” de Mandacaru. Vale a parada para a caipirinha de caju!

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Farol de Mandacaru

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Vista do Farol de Mandacaru

Aproveitamos o resto do dia à beira do Rio Formigas e no “centro nervoso” do vilarejo. Atins é uma vila sem iluminação pública, bem roots. Já recebe turistas, mas não tem muita estrutura. O que atrai é a tranquilidade e a possibilidade de conhecer outras partes do parque dos Lençóis que não são tão acessíveis a partir de Barreirinhas. Serve também para um detox digital: não tem sinal de telefone, muito menos de internet. Aliás, em Barreirinhas mesmo o sinal já era bem fraco. Nessa viagem contabilizei cinco dias inteiros sem acesso à internet!

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A vila de Atins

Contratamos um guia local para fazermos uma caminhada até a Lagoa Tropical e Canto do Atins, passando por Lagoa Verde e Lagoa do Mário. Andamos por mais de seis horas, passando por lugares lindíssimos, lagoas ainda mais claras e mais bonitas que as que visitamos a partir de Barreirinhas. 

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Caminhada para Lagoas Verde e do Mário

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Lagoa acessível a partir de Atins

No Canto de Atins, comemos o famoso Camarão do Antônio. Eu sou suspeita pra falar porque adoro camarão de qualquer jeito, mas o preparado na brasa com um molho especial foi uma ótima pedida. Depois de um tempo descansando nas redes espalhadas pelo restaurante, quando o corpo esfriou, ficou claro que não conseguiria voltar andando, mesmo por um caminho mais curto. Acabamos pagando caro em um transfer. Mas que ficou barato por poupar meu corpo e minha sanidade.

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Vassouras, Pequenos Lençóis

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Lagoa do Mário

No dia seguinte, ainda estávamos nos recuperando da caminhada do dia anterior. Ficamos de bobeira na beira do rio e passeando por Atins. Acabamos conhecendo o Rancho do Buna, uma graça de pousada, com um ambiente super agradável e um restaurante bem legal. Se um dia voltar a Atins, me hospedarei lá com certeza!

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Rancho da Bruna

No fim de tarde fomos ver a revoada dos guarás, pássaros vermelhos típicos da região. Como o guia explicou, não tem como garantir que veremos a revoada. É possível ver centenas ou uma meia dúzia. Ganhamos a segunda opção. Ainda assim, vale o passeio de barco e a expectativa de ver os pássaros que, realmente, são uma lindeza.

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Esperando os guarás

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Os guarás

No dia seguinte, enfrentamos a saga de volta pra casa: Barco de Atins para Barreirinhas (debaixo de chuva e com direito a arco-íris) -> lotada de Barreirinhas até o aeroporto de São Luís -> e avião até o Rio. Em todas essas etapas consumimos um dia inteiro. Mas certamente, valeu muito a pena.

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A despedida dos Lençóis

Quanto custou?

Para sete noites, um casal gastou R$ 3.500, incluindo passagens aéreas, hotéis, transporte terrestre, alimentação, passeios e souvenirs em maio de 2014.

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Publicado por Joana Algebaile

Jornalista, acredita que planejar uma viagem é tão gostoso quanto viajar. É do tipo que antes de voltar de um destino, já está pensando no próximo. Prefere praia e calor, mas isso não quer dizer que não vá para a serra no inverno.

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Comentários

  1. Matheus
    21 dez 2017

    Adorei esta matéria, ano que vem to aí.

  2. Flavia
    11 abr 2016

    Ameiii o blog de vcs!

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